Por Carla Helena Lange, 26 de setembro de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos

Entenda como adaptar a sua escola ao ensino bilíngue

Conheça o potencial da escola bilíngue e veja boas práticas para ter mais matrículas e melhorar a formação de seus estudantes.

Instituição de ensino bilíngue | Linx Sponte

Alunos, pais e responsáveis já perceberam a crescente importância de aprender inglês na escola. Por isso, oferecer um ensino bilíngue é uma forma efetiva de promover sua instituição de educação básica e conquistar muito mais matrículas.

Esse diferencial competitivo no mercado educacional é apenas um dos benefícios de ter uma escola bilíngue. Hoje, a exigência de oferecer um ensino mais internacional é tanto para atrair alunos quanto para garantir uma formação completa e efetiva.

Quer ter uma instituição de ensino bilíngue de qualidade? Então continue sua leitura e saiba como aproveitar ao máximo essa tendência.

Qualquer escola pode ter ensino bilíngue?

Será que sua escola também pode ser uma instituição de ensino bilíngue? Essa é uma dúvida comum para muitos gestores escolares, mas a resposta é clara: pode sim! 

Toda instituição particular de educação básica tem o potencial de adotar o currículo de uma escola bilíngue e aproveitar o potencial dessa metodologia de ensino. 

No entanto, é preciso seguir a regulamentação correta e implantar essa metodologia de maneira plena e estratégica. 

O que não pode é dizer que tem uma escola bilíngue e não ser capaz de oferecer o aprendizado correto para seus alunos, com a experiência verdadeira de uma segunda língua.

Vale lembrar também que não há uma idade mínima para implantar essa prática. O ensino bilíngue pode fazer parte do seu currículo desde o maternal até o fim do ensino médio — afinal, quanto antes os alunos tiverem contato com o outro idioma, melhor eles vão se habituar com ele.

Currículo de ensino bilingue | Linx Sponte

Quais são os benefícios de ter uma escola bilíngue?

Como já comentamos, a primeira vantagem de ter uma escola bilíngue é atrair mais matrículas. Isso porque oferecer o ensino integrado de uma segunda língua é um diferencial importante no mercado educacional.

Afinal, na hora de matricular uma criança, pais e responsáveis procuram escolas que ofereçam o máximo possível de benefícios para os alunos. O ensino bilíngue é um grande destaque nesse sentido e está sendo adotado por cada vez mais escolas — com o tempo, se você não tiver essa opção, sua instituição pode ficar para trás.

Sem falar que essa prática, quando feita corretamente, aumenta a satisfação dos alunos e reduz as chances de evasão escolar.

Leia mais: Dicas de sucesso para mais matrículas e rematrículas na gestão escolar.

No entanto, vale lembrar que o benefício de ter uma instituição de ensino bilíngue vai além da competitividade. Essa metodologia também ajuda sua escola a cumprir a importante missão de formar alunos preparados para serem cidadãos plenos, atuantes e bem-sucedidos.

Um aprendizado mais internacional é capaz de abrir portas tanto no mercado de trabalho quanto na vida pessoal. Ele reduz distâncias, transcende fronteiras e permite que seus estudantes explorem um mundo muito maior do que teriam à disposição apenas conhecendo o português.

E isso não vale apenas para aqueles estudantes que pretendem viajar ou morar em outros países, ou mesmo para quem quer trabalhar em uma empresa internacional. 

É claro que ele é imprescindível para essas pessoas, mas também permite que as demais tenham acesso a produções culturais, conhecimentos e conteúdos disponíveis apenas em inglês, por exemplo.

Leia mais: Educação bilíngue: a importância de aprender inglês na escola.

Enfim, instituir o ensino de uma segunda língua permite que você ajude ainda mais seus alunos a alcançarem o próprio sucesso e se prepararem para os desafios do futuro — ainda que ele seja imprevisível.

Além disso, ter um ensino bilíngue possibilita que sua escola acolha com mais facilidade alunos estrangeiros. Isso porque o aprendizado de uma nova língua reduz tanto as barreiras do idioma quanto as barreiras culturais e de aceitação da diversidade.

Como implementar uma segunda língua na escola?

Uma das principais dúvidas de gestores educacionais que querem implantar uma segunda língua em sua instituição de ensino é: “O que é preciso para uma escola ser bilíngue?”. 

Neste tópico, vamos explorar o básico dessa questão, com os primeiros passos que qualquer instituição de ensino precisa tomar para garantir a integração de uma segunda língua ao currículo escolar.

1. Seguir a legislação e as regulamentações do Ministério da Educação 

O primeiro ponto que uma escola precisa seguir para ser bilíngue é a adaptação às exigências do Ministério da Educação (MEC). 

Segundo o órgão, uma instituição que opte por essa prática educacional precisa ter um currículo escolar realmente integrado, que seja ministrado nos dois idiomas — português e uma segunda língua (que geralmente é inglês).

As lições em outra língua devem estar em todas as séries e não se limitarem às “aulas de inglês”. Além disso, para um verdadeiro ensino bilíngue, todas as disciplinas precisam ter atividades em ambos os idiomas que sejam obrigatórias a todos os alunos.

Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, a carga horária mínima para o ensino no segundo idioma deve ser de 30% e não pode exceder 50%. Já no Ensino Médio, a carga mínima é de 20% da grade total obrigatória.

Por fim, professores contratados para dar aulas na segunda língua precisam ser graduados na área da disciplina, mas com pós-graduação ou algum tipo de curso de extensão de, no mínimo, 120 horas em educação bilíngue.

Além disso, devem comprovar proficiência de pelo menos nível B2 no idioma (de acordo com o Common European Framework for Languages – CEFR).

BNCC para escolas bilíngues

É importante lembrar que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) continua valendo nas escolas bilíngues. Isso envolve o período específico para alfabetização e a aplicação das disciplinas obrigatórias para cada nível educacional.

A única mudança é que o ensino de inglês deixa de ser obrigatório apenas a partir do 6º ano. Afinal, ele já fará parte da rotina do aluno em toda sua jornada estudantil.

Leia também: Tudo sobre a BNCC: sua escola está adequada à nova Base Nacional Comum Curricular?

2. Preparar um planejamento pedagógico com currículo adequado para o ensino bilíngue

A partir desses princípios, é hora de fazer a adaptação do currículo. Siga todas as premissas apresentadas anteriormente e prepare o planejamento pedagógico com disciplinas integradas nos dois idiomas.

Preveja metodologias e uma grade curricular que mantenham as disciplinas obrigatórias, mas também que as transcendam com atividades diferenciadas e com a integração da segunda língua de acordo com a carga horária mínima definida pelo MEC.

Kit de planejamento pedagógico | Sponte

3. Contar com uma infraestrutura adequada

A infraestrutura é parte essencial do sucesso de qualquer escola de educação básica, mas ela fica ainda mais importante no caso de uma instituição de ensino bilíngue.

É preciso contar com espaços adequados para lições nos dois idiomas e para a realização de atividades complementares, que aprofundem a experiência de seus estudantes com a cultura e com a vivência da segunda língua.

Leia mais: O que é infraestrutura escolar e como levar melhorias para a escola?

4. Adquirir os materiais necessários

Assim como a infraestrutura, os materiais escolares são indispensáveis na gestão pedagógica de uma escola bilíngue. Você precisará de livros, jogos e outros conteúdos em português e na segunda língua ensinada em sua instituição.

Buscar auxílio de especialistas pode ser uma boa estratégia

É possível criar uma escola bilíngue por conta própria, em uma experiência muito positiva. No entanto, há caminhos mais fáceis.

Contar com instituições estabelecidas no ensino bilíngue para ampliar a escola e adequá-la a essa metodologia é uma prática comum, usada por numerosos gestores no país inteiro. 

Isso facilita seu trabalho e oferece tanto a expertise quanto o reconhecimento de uma “marca” conhecida para o projeto de uma nova escola bilíngue.

É preciso apenas levar em conta que há custos para essa adaptação e isso deve ser calculado pela sua gestão.

Quais são as boas práticas para ter sucesso em uma instituição de ensino bilíngue

Além desses passos fundamentais, há estratégias e boas práticas que podem potencializar o sucesso de sua escola bilíngue. 

Um grande exemplo é a construção de um ambiente bilíngue na instituição, com placas de sinalização, pôsteres e outros conteúdos nos dois idiomas e com elementos culturais do outro país. Isso cria uma identificação nos alunos, além de favorecer o convívio com a segunda língua.

Outro ponto importante é a formação continuada de educadores para trabalharem nessa modalidade de maneira a aproveitar ao máximo as possibilidades junto à turma.

Explorar atividades lúdicas e culturais, que vão além das aulas tradicionais, também é uma excelente estratégia. Por meio dessa prática, o ensino bilíngue passa a ser algo divertido, com maior engajamento de seus estudantes. Além disso, ela possibilita uma vivência cultural diferente e enriquecedora.

Leia mais: O que são atividades extracurriculares? Veja exemplos e por que trabalhá-los em sua escola.

Em outro sentido, é essencial também trabalhar o marketing educacional para mostrar ao público a qualidade dessa metodologia em sua escola. Dessa forma, você aumenta as chances de atrair matrículas.

Para completar, é importante pensar na eficiência de sua gestão pedagógica. Afinal, o ensino bilíngue definitivamente demanda um trabalho extra. 

Então, para que ele seja efetivo, sua escola deve buscar estratégias para potencializar o trabalho, reduzir a perda de tempo com papelada e permitir que sua equipe dedique sua atenção a oferecer aulas de qualidade.

Para isso, vale a pena investir em um sistema de gestão escolar que compreenda as necessidades de sua instituição e ajude-a a ter eficiência, agilidade e uma rotina sempre sob controle.

Tudo isso faz parte do planejamento para escolas do futuro, que oferecem a melhor relação ensino-aprendizagem com eficiência, modernidade e visão de crescimento. Leia mais sobre esse assunto em nosso eBook:

Guia do planejamento para escolas do futuro | Sponte

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