Por Carla Helena Lange, 20 de junho de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos

Como estabelecer o ensino internacional na sua escola?

Descubra como ter uma educação global, com intercâmbio escolar, formação bilíngue e muito mais com o ensino internacional na escola.

Ensino internacional | Sponte

Uma das grandes tendências da educação básica do futuro é o ensino internacional. Afinal, em um mundo cada vez mais globalizado, essa formação internacionalizada se torna essencial no novo mercado de trabalho, nas universidades e até no convívio social e cultural. Isso é um grande desafio para a gestão pedagógica de qualquer instituição de ensino.

Portanto, uma escola que quer oferecer um desenvolvimento educacional completo, preparando seus alunos para serem cidadãos do futuro, precisa entender o que é uma educação global e como isso vai além da formação bilíngue.

Neste texto, vamos te ajudar a fazer isso. Continue sua leitura para entender como uma escola tradicional pode implantar a internacionalização do ensino

E, se quiser dar um passo a mais, vamos discutir também as escolas internacionais e o que você precisa fazer para levar sua instituição para esse nível. Confira:

O que é o ensino internacional e como ele funciona?

É comum que muitas escolas entendam que o ensino internacional possa se resumir a uma formação bilíngue de seus alunos, explorando um idioma extra — geralmente o inglês — junto à língua materna.

De fato, a educação bilíngue é um grande destaque. Ela ajuda a preparar seus alunos para o futuro, aprendendo o idioma mais falado do mundo de forma natural e integrada ao próprio aprendizado tradicional. 

É uma excelente estratégia, inclusive, para ensinar seus alunos a não apenas entender e falar, mas sim pensar em inglês (ou outro idioma, caso sua escola explore essa possibilidade). Isso abre as portas para um aprendizado muito mais completo.

No entanto, apesar da formação bilíngue ser essencial nessa proposta educacional, o ensino internacional vai além, envolvendo um verdadeiro mergulho cultural e de vivência na realidade dos outros países.

Na prática, ele envolve estabelecer parcerias de ensino com instituições do exterior, realizar intercâmbios e fazer verdadeiras trocas de conhecimentos, costumes e experiências. 

Com isso, seus alunos terão mais do que o conhecimento do idioma. Eles entenderão a vivência do outro país e expandirão seus próprios horizontes.

Qual é a importância do ensino internacional?

O mundo hoje é global. Podemos estar no Brasil, nos Estados Unidos, na África do Sul ou na China e ainda assim estamos sempre conectados de maneira internacional. E isso vai além do âmbito cultural, permeando também as compras, o trabalho, a educação e a evolução tecnológica.

Obviamente, quem estiver preparado para essa vida globalizada terá acesso a mais conhecimentos e experiências, além de estar um passo à frente no mercado de trabalho.

Por isso, uma gestão escolar do futuro, que realmente queira formar seus alunos para essa realidade precisa contar com o ensino internacional. Ele abrirá portas que são praticamente impossíveis para estudantes que não tem esse preparo.

🔎 Leia também: Profissões do futuro e a função da escola.

E essa colocação no mercado de trabalho é apenas o benefício direto. Indiretamente, estudantes que têm contato com um ensino internacional também tem um potencial maior em outras áreas.

Um exemplo é no desenvolvimento cognitivo. Ao formar-se com o conhecimento de dois idiomas, o aluno tem mais facilidade de concentração e raciocínio, além de ter acesso a conhecimentos que não estão disponíveis em português.

Ele ainda expande seus horizontes na cultura e na comunicação, podendo falar e compreender pessoas e expressões culturais mais diversas.

Sem falar na compreensão e valorização da diversidade. Ao conhecer cultura e vivências de outros povos, o aluno percebe que seu ponto de vista não é o único possível e isso reduz discriminação e preconceitos, que não cabem mais na nossa sociedade. 

Ou seja: o ensino internacional ajuda a construir uma escola mais diversa e inclusiva.

Para saber mais, temos um texto inteiro que fala sobre a importância da formação bilíngue e do ensino internacional para os alunos. Confira: Educação bilíngue: a importância de aprender inglês na escola.

Vale também reforçar que o ensino internacional pode ser excelente para os docentes de sua instituição. 

Se a escola tiver uma postura de valorização dos professores, essa estratégia educacional abrirá o caminho para o desenvolvimento do conhecimento deles, além de deixar os alunos mais receptivos para a aprendizagem.

🔎 Leia também: Formação de educadores: quais são as principais tendências para professores na educação do futuro? 

E a escola também sai ganhando! Ao desenvolver um espaço mais inclusivo para todos e propício à evolução do conhecimento, ela melhora sua relação e engajamento com a comunidade escolar.

Sem falar que o potencial do ensino internacional é um verdadeiro diferencial. Essa poderosa metodologia educacional pode ser usada para melhorar a atração e retenção de estudantes.

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Quais são os desafios desse modelo de educação global?

É claro que todas essas vantagens dependem de um esforço de sua gestão escolar. É preciso, nesse sentido, superar alguns desafios.

Por exemplo, alunos, professores e gestão estão todos acostumados a determinadas metodologias de ensino — sejam elas as tradicionais, sejam elas as metodologias ativas mais modernas. Um ensino internacional vai perturbar de alguma forma essa “zona de conforto”.

Isso é ótimo, mas requer um trabalho de adaptação, com paciência e planejamento, apresentando as vantagens do novo aprendizado, para que todos trabalhem juntos para superar essa dificuldade.

No mesmo sentido, também é preciso considerar a disponibilidade de tempo. A internacionalização do ensino demanda uma quantidade expressiva de horas-aula, mas não pode prejudicar o aprendizado que já é obrigatório por lei.

Como a escola pode implementar a internacionalização do ensino em sua grade curricular?

Agora que você entendeu os desafios e as possibilidades do ensino internacional, é hora de colocá-lo em prática em sua grade curricular. Para te ajudar nesse processo, destacamos alguns passos importantes, que incluem a parceria com instituições de ensino do exterior.

1. Ir além do ensino do idioma

Já vimos que a internacionalização do ensino envolve a formação bilíngue, mas vai além dela. Então busque estratégias que explorem também a cultura e a vivência dos outros países. 

Só assim é possível alcançar os benefícios plenos de uma educação global.

2. Contar com atividades extracurriculares

Como mencionamos nos desafios, é difícil abranger todos os assuntos tradicionais junto do aprendizado internacional nas poucas horas de aula disponíveis. Por isso, trabalhe também atividades extracurriculares em sua escola.

Por meio dessas atividades, seus alunos podem explorar um conhecimento muito maior, de forma personalizada.

3. Integrar a internacionalização do ensino ao planejamento pedagógico

Para possibilitar o cumprimento de todas as demandas de ensino, integre todos os seus objetivos no planejamento pedagógico da escola — com aulas tradicionais, metodologias ativas, atividades extracurriculares e, é claro, a internacionalização do ensino.

Um bom planejamento é fundamental para ter clareza em suas estratégias e evitar crises durante o ano letivo.

🔎 Leia também: O que é gestão pedagógica? Tudo o que você precisa saber para sua escola.

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4. Investir na formação de professores para o ensino internacional

O ensino internacional não é uma disciplina presente na maioria das formações de professores. Por isso, vale a pena motivar a formação continuada, com cursos focados na educação global.

Professores preparados farão toda a diferença para sua escola ter sucesso nesse novo projeto.

5. Contar com professores nativos de outros países

Ter professores bem capacitados é fundamental, mas para uma verdadeira internacionalização do ensino, é preciso ir além.

Docentes nativos de outros países possuem experiências e vivências exclusivas que farão toda a diferença na hora de ensinar seus alunos.

6. Disponibilizar programas de intercâmbio

Um dos pontos mais centrais da internacionalização do ensino é a troca de experiências e isso pode ser feito muito melhor em primeira mão, não é?

É aí que entram os programas de intercâmbio. Ao enviar seus alunos para o exterior, você proporciona uma vivência incrível para eles. E mesmo que nem todos vão, aqueles que forem trarão de volta a experiência para seus colegas.

Além disso, você também deve receber alunos intercambistas, que trarão ao Brasil um conhecimento inacessível para seus estudantes: a compreensão de como é crescer em um país estrangeiro.

O potencial dessa troca de experiências é incalculável!

7. Desenvolver parcerias com escolas estrangeiras

Por fim, chegamos ao passo que é a chave para o ensino internacional: a parceria com escolas estrangeiras.

Essas instituições podem possibilitar o intercâmbio de alunos e de professores, a troca de experiências na gestão e até a construção da grade curricular.

Ou seja: sem a parceria, é impossível ter uma educação global de verdade. A boa notícia é que, atualmente, existem plataformas que promovem essas parcerias de forma simples e eficiente. Procure essas possibilidades para sua escola.

Escolas internacionais: como chegar a esse nível da educação global?

Até agora, falamos sobre como uma escola tradicional pode oferecer o ensino internacional. No entanto, se você quer ir ainda mais longe, é possível se tornar uma escola internacional.

Escolas internacionais são instituições de ensino integradas em uma comunidade global de ensino por meio de organizações como a  IB World School (IBWS).

Para isso, é preciso seguir padrões propostos pela organização, alcançar níveis de educação exigidos por ela e participar do desenvolvimento conjunto, com trocas de experiências e metodologias.

Esse acompanhamento proporciona certificados internacionais para sua escola e para seus alunos, o que comprova a aplicação de uma verdadeira educação global, focada no futuro.

Guia do planejamento para escolas do futuro | Sponte

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