Em tempos de inovações na educação, diversas escolas do mundo todo já começaram a implementar em suas rotinas de gestão pedagógica práticas de ensino que estão revolucionando o aprendizado com base na tecnologia e nos novos perfis dos estudantes. Muitas dessas novas metodologias de ensino têm como base o conceito da metodologia STEAM – Science, Technology, Engineering, Arts, and Mathematics –, uma ideia que está transformando a maneira que as crianças e os jovens aprendem.
O termo STEM (Science, Technology, Engineering, and Mathematics) existe desde meados do século passado. Ele foi desenvolvido por pesquisadores e estudiosos norte-americanos com o intuito de formar pessoas preparadas para executarem as novas demandas de um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico.
Essa tendência na educação já foi implementada em escolas e faculdades de diversos países, com um grande foco na tecnologia e na computação.
Nas últimas décadas, contudo, esse conceito se desenvolveu, contemplando a área de Artes, passando a ser STEAM.
Essa mudança busca uma nova abordagem para a educação científica, englobando também a linguagem, o design, a arquitetura, a música, entre outras áreas que permitem trabalhar a criatividade, o pensamento crítico e a sensibilidade humana.
Isso começou nos Estados Unidos, durante a década de 1990, quando um grupo de professores percebeu que os alunos estavam mostrando grande desinteresse pelas disciplinas pertencentes à área das Ciências Exatas.
A partir daí, podemos dizer que uma nova onda se iniciou como uma alternativa ao método de ensino tradicional. E essa nova opção se encaixa perfeitamente no modelo de metodologias ativas, que estão sendo implementadas com cada vez mais frequências nas escolas do mundo todo.
Continue lendo este artigo para saber quais são os pontos mais importantes da metodologia STEAM e como implementá-los em sua instituição. Mas, antes, vamos saber um pouco mais sobre essa lógica de ensino. Confira:
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O que é a metodologia STEAM?
STEAM é uma metodologia inovadora que mistura conceitos de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática para trabalhar diferentes áreas de uma maneira conjunta.
Tudo isso sempre focado no desenvolvimento de um processo pedagógico que protagonize o aluno e leve em conta os interesses e dificuldades próprias dos estudantes de forma individualizada.
Dessa forma, o conceito de STEAM está bastante presente na Educação 4.0 por trabalhar as tecnologias e os conhecimentos necessários para os alunos desta geração.
Um dos objetivos desse conceito é formar indivíduos com conhecimentos de diversas áreas de Exatas e de Humanas, de forma a torná-los cidadãos capacitados para os desafios do futuro.
Também, busca-se formar alunos de acordo com as competências exigidas pelo século XXI, como criatividade, contato com a tecnologia, autonomia, responsabilidade, pensamento crítico, habilidade para trabalhar em equipe e estrutura emocional para tomar decisões.
🔎 Leia mais: Quais são as habilidades que os professores da Educação 4.0 precisam ter.
A Base Nacional Comum Curricular já traz o conceito de aluno-protagonista e exige uma interdisciplinaridade nos conteúdos ensinados. Ou seja, a BNCC já inspira o uso de metodologias ativas nas escolas de ensino básico e o STEAM se encaixa perfeitamente nessa proposta.
Por meio da aplicação do STEAM, os alunos podem colocar a mão na massa e aprender fazendo, lidando com seus próprios erros e acertos.
É uma maneira de propor que trabalhem em equipe na resolução de problemas, com a oportunidade de aprender de forma mais autônoma, mas sempre com a orientação do professor.
Além disso, é uma forma de viver, na prática, o pensamento científico, mas sempre analisando os problemas de uma forma reflexiva e criativa. Assim, os estudantes reconhecem a importância do aprendizado, já que estão fazendo algo com que se relacionam em vez de apenas assistir a uma aula expositiva tradicional.
Como aplicar a prática de ensino STEAM em sua escola?
Sem dúvida, uma metodologia como essa apresenta uma série de questionamentos sobre sua implementação no dia a dia das instituições de educação básica.
O primeiro desafio é como fazer isso de uma forma sustentável para os professores. Isto é, que não seja tão “fora dos padrões” a ponto de os educadores se sentirem perdidos, não saberem como começar ou como dar continuidade aos planos de aula.
Além disso, ainda é preciso encontrar o melhor caminho para trabalhar o conteúdo dentro dessa metodologia com os alunos. Uma das formas mais populares e eficazes é por meio da proposição de projetos multidisciplinares.
Com eles, os alunos podem definir os objetivos segundo seus interesses e ainda colocar os conhecimentos em prática a partir da prototipação do projeto.
Mas para que tudo isso funcione como planejado, a escola precisa passar por duas etapas, entre alinhar a instituição à nova proposta e apresentar iniciativas para fazer a metodologia STEAM acontecer:
1. Prepare a sua escola para a aplicação do STEAM
O primeiro passo a ser priorizado para a implementação do método STEAM como proposta pedagógica de sua escola é a formação continuada do corpo docente. Principalmente a partir do Ensino Fundamental II até o Ensino Médio, a formação dos docentes tende a ser especializada.
Eles são formados em Matemática, Letras, Geografia, Física, Biologia, História, e assim por diante, muito provavelmente dentro de um ensino superior tradicional e focado quase que exclusivamente em suas áreas de atuação.
A partir dessa posição, o primeiro desafio é ajudá-los a trabalhar além das divisões entre suas disciplinas, abordando a colaboração com matérias correlatas. Isso uniria os professores das grandes áreas do conhecimento: Ciências Exatas, Ciências Humanas, Ciências Biológicas e Linguagens.
Com isso, também é importante estimular a cooperação entre as quatro áreas, para que elas possam conversar entre si dentro de projetos desenvolvidos pelos alunos.
Se possível, preparar o ambiente escolar para acolher a nova metodologia também é muito interessante.
Sabemos que mexer na estrutura física da instituição pode ser um desafio e tanto, mas será um grande diferencial se professores e alunos puderem contar com espaços dedicados especialmente às suas atividades de ensino e aprendizagem, como um espaço maker e laboratórios de informática e ciências.
🔎 Leia também: Ensino híbrido: o que é, como funciona e por que adotá-lo na sua escola.
Da mesma forma, é essencial que haja uma atualização no Projeto Político Pedagógico da instituição. Isso deve passar pelos objetivos da nova proposta e pelo conteúdo previsto em sala de aula.
Ao desenvolver um conteúdo curricular mais flexível, a equipe pedagógica possibilita um ensino interdisciplinar, menos segmentado e mais completo, característico do STEAM.
Por fim, mas tão importante quanto, é o comprometimento institucional da escola com as novas metodologias. Isso significa que toda a comunidade escolar deve estar envolvida e empenhada em fazer acontecer.
Além disso, como se trata de um modelo educacional disruptivo em relação à metodologia tradicional, é preciso maturidade da gestão escolar para entender que, sobretudo no início dessa jornada, equívocos podem acontecer e que todos eles podem ser corrigidos ao longo do caminho.
A migração da metodologia tradicional para um modelo ativo, como o STEAM, não acontece da noite para o dia. Então, saber lidar com esse período de transição é essencial.
2. Proponha ações com os alunos e com a comunidade escolar
O gestor e a equipe pedagógica de uma escola podem aplicar o STEAM de diferentes maneiras, complementando o conteúdo visto nas aulas a fim de que os alunos consigam aplicá-lo em suas realidades.
Confira a seguir algumas ideias de como trabalhar esse conceito de forma integral em sua escola.
- Abordar problemas reais na sala de aula – pode ser por meio de matérias em sites, jornais e revistas – a fim de estimular debates e discussões com os alunos.
Essa é uma ótima forma de estimular o pensamento crítico e o diálogo, além de fazê-los propor soluções para os problemas do mundo real, trabalhando ativamente o protagonismo do aluno e o desenvolvimento de suas competências socioemocionais.
- Para escolas que desejam trabalhar com a metodologia STEAM, é muito indicado estimular a cultura maker. Ela parte da ideia de que os alunos devem idealizar e prototipar seus projetos com as próprias mãos e com os recursos disponíveis.
Dentro desse processo, é estimulada a busca por conhecimento, a resolução de problemas e a transmissão e contribuição mútua de conhecimento entre os alunos e professores.
- O uso da gamificação com jogos educativos também é uma boa sugestão para estimular a tomada de decisões responsáveis, ao fazer com que um aluno precise solucionar problemas para avançar de fases.
- Se possível, a inclusão de aulas de Robótica no currículo escolar, ainda que em contraturno, é uma maneira de fazer com que os estudantes tenham uma aula dedicada apenas à execução e à criação de protótipos, unindo os aprendizados de diferentes disciplinas.
- A criação de oficinas é uma solução interessante para que os alunos reforcem e fixem o conhecimento adquirido em sala de aula, além de proporcionar mais um espaço para que trabalhem em seus projetos em grupo.
- Feiras de ciências permitem que os alunos se dediquem ao desenvolvimento de projetos criativos e os apresentem para suas famílias e para a comunidade escolar.
Isso cria um senso de responsabilidade e orgulho sobre o projeto que desenvolveram, além de pertencimento à comunidade escolar. Inclusive, é uma maneira de estimular os estudantes a trabalharem em conjunto, participando de novas experiências escolares.
Você, gestor, já conhecia o conceito STEAM? Como essa questão é trabalhada em sua escola? Conte para nós nos comentários abaixo.
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