Gestores escolares que acompanham tendências sabem que investir na transformação digital é um passo indispensável para alcançar o sucesso no ensino e na aprendizagem das novas gerações. Isso envolve uma gestão pedagógica digital, o uso da tecnologia nas aulas e a aplicação de redes sociais como o TikTok na educação.
Este último passo tem o papel importantíssimo de chamar atenção dos alunos, potencializando seu interesse nas aulas e na rotina escolar.
No entanto, em um cenário que já conta com Instagram, Facebook, YouTube e tantas outras redes sociais, um gestor pode se perguntar: por que eu preciso me preocupar com TikTok nas escolas?
Para entender mais sobre o potencial da pedagogia com o TikTok, continue sua leitura e conheça as demandas das novas gerações de nativos digitais em nossas escolas.
- Os desafios das gerações Z e Alpha: como chamar atenção dos alunos e potencializar sua aprendizagem?
- O que é a pedagogia com TikTok?
- Como usar o TikTok na educação para prender a atenção dos alunos?
Os desafios das gerações Z e Alpha: como chamar atenção dos alunos e potencializar sua aprendizagem?
A transformação tecnológica dos últimos 30 anos, com a popularização da internet, o advento dos smartphones e o desenvolvimento das redes sociais, mudou nossa forma de ver e de interagir com o mundo.
Isso, obviamente, refletiu-se na escola, principalmente com a chegada de novas gerações de alunos que já nasceram nessa realidade mais digital.
Hoje, praticamente todos os estudantes fazem parte da geração Z ou da geração Alpha: são crianças e adolescentes nativos digitais, que cresceram com um smartphone em mãos e hoje são hiperconectados e questionadores, mas ocupados por muitas distrações — mais do que as gerações anteriores.
Geração Z e geração Alpha: quais as diferenças?
Adolescentes nascidos entre a segunda metade dos anos 90 e o início do ano 2010 são considerados membros da geração Z. Eles nasceram durante o boom da internet e das redes sociais, por isso, já são considerados nativos digitais e não conhecem um mundo “desconectado”.
No entanto, eles são mais próximos das “gerações analógicas” e tiveram essa transição mais presente em suas vidas.
A geração Alpha, por outro lado, nasceu depois de 2010. Para essas crianças, um mundo sem internet é praticamente inconcebível. Sua criação gira em torno dos smartphones e da tecnologia, enquanto sua socialização ocorre principalmente nas redes sociais.
Elas são ainda mais hiperconectadas e menos dispostas a aprender passivamente com o ensino tradicional.
Enquanto a geração Z viveu a transição e ainda teve experiências positivas com esse método de ensino, os Alphas demandam de metodologias ativas para absorverem o conhecimento.
Apesar de suas diferenças pontuais, as duas gerações têm importantes pontos em comum:
- Têm um acesso muito mais facilitado ao conhecimento.
- São sobrecarregadas por informações e estímulos o tempo todo.
- Têm maior dificuldade para prestar atenção às aulas.
- Aprendem com muito mais facilidade por meio de metodologias ativas do que pela aprendizagem passiva tradicional.
- Têm maior predisposição à ansiedade e ao transtorno de déficit de atenção.
- Vivem um paradoxo: ao mesmo tempo em que estão muito mais conectadas do que qualquer geração anterior, vivem uma desconexão com o “mundo real” em que estão inseridas, pois acabam atraídas pelas distrações da internet.
Obviamente, as transformações das novas gerações não podem se resumir a alguns poucos tópicos. Mas entender essas questões já é um passo fundamental para lidar com esses estudantes na “educação do futuro”.
Estudos de neuroeducação e neurodidática, inclusive, aprofundam-se no assunto para entender como chamar atenção dos alunos e como oferecer um aprendizado completo e adequado às suas necessidades. Saiba mais:
- O que é neuroeducação e qual a sua importância no processo de ensino-aprendizagem?
- 8 formas de aplicar a neuroeducação ou neurodidática em sua escola
Em meio a isso tudo, um elemento central se destaca: crianças e adolescentes das novas gerações vivem integrados às redes sociais. Por isso, sua escola deve saber usá-las — e não apenas para captação de novos alunos, mas também para transformar o próprio ensino.
Entre as diversas plataformas disponíveis, oTikTok vem se destacando imensamente para esse público.
Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, lançada em agosto de 2022 e divulgada em matéria da CNN Brasil, mostrou que 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos utilizam a internet e que 78% dos usuários dessa idade acessaram algum tipo de rede social em 2021. O salto foi de 10% em apenas dois anos. Em 2019, esse índice era de 68%. Entre o público, 58% têm perfil no TikTok.
Além disso, o TikTok foi a plataforma mais utilizada no ano por 34% do grupo. O Instagram, que ocupava o primeiro lugar, ficou logo atrás, com 33%. O Facebook ocupa a terceira posição, com 11%.
Ou seja: o TikTok é uma rede social recente, mas que está ocupando um espaço cada vez maior. Por isso, é essencial saber como usá-lo na educação.
O que é a pedagogia com TikTok?
Para começar a usar o TikTok na educação, é preciso, primeiro, entender o que ele é e como funciona.
De maneira resumida, ele é um aplicativo que permite aos usuários assistirem, criarem e compartilharem vídeos curtos, com um tempo entre 15 segundos e 3 minutos.
Portanto, a pedagogia do TikTok nada mais é do que aproveitar esse ambiente de compartilhamento de vídeos para educar de uma maneira moderna e estratégica, que realmente possa prender a atenção dos alunos.
Assim, professores e educadores criam vídeos curtos, utilizando uma linguagem moderna e atrativa, para transmitir um pouco do conteúdo da disciplina.
É claro que um vídeo de um minuto, por exemplo, não é o suficiente para ensinar de fato. Por isso, a pedagogia com TikTok é focada em chamar atenção dos alunos e instigar neles o desejo por aprender.
Dessa forma, o professor deve ser criativo, podendo usar charadas, piadas, pegadinhas, dicas rápidas, “memes” e até coreografias — um tipo de conteúdo muito usado nessa rede social.
Ao prender a atenção dos alunos com esses conteúdos rápidos, atrativos e divertidos, o professor aumenta seu alcance e alimenta o interesse dos estudantes, além de melhorar a comunicação com eles.
Como usar o TikTok na educação para prender a atenção dos alunos?
Para te ajudar a usar o TikTok na educação, preparamos alguns exemplos de conteúdos que podem ser aplicados para chamar atenção dos alunos.
Mas, antes de entrar nas nossas dicas, lembre-se: o TikTok é uma rede de entretenimento. Por isso, todos os conteúdos precisam ter esse foco.
Primeiro, divirta seus alunos. Assim, você atrai sua atenção e pode ensiná-los com mais praticidade. Isso é fundamental para conquistar as gerações Z e Alpha.
Resumos do conteúdo
Os vídeos do TikTok são curtos, mas é possível encaixar pequenos resumos ou tópicos centrais de algum conteúdo. É uma ótima forma de reforçar o aprendizado da lição.
Ver os trechos mencionados no vídeo ajuda os estudantes, inclusive, a lembrar dos conteúdos mais extensos compartilhados durante a aula.
Para gravar esses vídeos, busque apresentar um tom descontraído. Nesse ambiente, o aluno precisa sentir que o professor está conversando com ele, sem a formalidade da sala de aula. Afinal, o que realmente capta a atenção nas redes sociais é o entretenimento.
No mesmo sentido, vale acrescentar piadinhas ou até coreografias, se o professor se sentir confortável com isso, é claro.
Dicas de estudo
As dicas de estudo e de memorização são uma ótima pedida para usar o TikTok no ensino — principalmente se você quer falar com alunos que estão se preparando para o vestibular ou para alguma prova difícil.
Lembre-se de manter o clima de entretenimento também nesses casos, mas com um pingo de seriedade, para mostrar que os estudantes podem confiar nas dicas compartilhadas.
Charadas, quizzes e perguntas interessantes
O professor pode trabalhar o conteúdo transformando-o em charadas ou quizzes, que o aluno pode se divertir respondendo.
Ao produzir vídeos nesse formato, o professor deve tomar cuidado para mantê-lo interessante e não fugir muito da ideia de entretenimento. A ideia é que as perguntas sejam divertidas!
Usar estratégias de gamificação pode ser uma boa pedida para que os alunos lidem com as charadas como se fossem jogos.
Leia mais: O que é gamificação e como ela contribui para o processo de ensino-aprendizagem?
Pedir vídeos para os alunos
Lembre-se: os nativos digitais são seus estudantes! Eles realmente dominam as redes sociais, conhecem bem os conteúdos utilizados e possuem um poço enorme de criatividade para aproveitar nesses espaços.
Então, que tal ajudá-los a explorar isso de maneira construtiva? Sugira, como atividade escolar, que eles produzam vídeos sobre o conteúdo para o TikTok. Assim, eles aprendem criando e assistindo aos vídeos uns dos outros.
É válido até compartilhar esses conteúdos no perfil da escola. Além de valorizar o trabalho dos alunos, você ainda potencializa o aprendizado dos demais e mostra os métodos pedagógicos de sua instituição.
- Lembre-se: é importante ter permissão dos pais ou responsáveis para compartilhar vídeos de seus estudantes, mesmo que o TikTok seja utilizado na educação.
Todas essas estratégias são excelentes para otimizar o ensino, chamar atenção dos alunos e melhorar o engajamento deles com a escola! Se quiser saber como potencializar ainda mais esse processo, clique aqui e assista à palestra incrível de Lana Paula Crivelaro sobre como manter os alunos engajados.