Por Carla Helena Lange, 06 de dezembro de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos

O que é neuroeducação e qual é a sua importância no processo de ensino-aprendizagem?

Entender como o cérebro funciona é fundamental na educação. Saiba o que é a neuroeducação e como ela contribui com o ensino.

O que é neuroeducação | Sponte

Manter a atenção dos alunos tem sido um desafio cada vez maior para os professores e para a gestão pedagógica. A neuroeducação é vista como uma alternativa para esse contexto, onde os estudantes já não respondem da mesma forma aos métodos de ensino tradicionais.

Muito disso acontece por conta da tecnologia, que oferece uma gama rica de novos estímulos que praticamente não existiam há poucos anos. 

A neuroeducação é um conjunto de conhecimentos científicos que considera as funcionalidades neurológicas, os mecanismos ligados às emoções e outras características do cérebro na aplicação de estudos e práticas educacionais.

Também conhecida como neurodidática e neurociência educacional, essa é uma ciência que está revolucionando processos de ensino-aprendizagem ao proporcionar um entendimento mais completo do comportamento dos alunos.

Neste artigo, você entenderá melhor o conceito de neuroeducação, e quais são os benefícios que ela pode trazer para a sala de aula, para a gestão pedagógica e para a gestão escolar como um todo.

Boa leitura!

O que é neuroeducação?

Neuroeducação no processo de aprendizagem | Sponte

Antes de responder a essa pergunta, é necessário entender o que é neurociência. Em linhas gerais, a neurociência é a área do conhecimento que estuda o sistema nervoso e suas funcionalidades.

Além disso, a neurociência também investiga as sensações humanas, as emoções e o comportamento. 

Assim, a neuroeducação é uma aliança entre a neurociência, a psicologia e a educação, e pode ser entendida como a utilização dos conhecimentos produzidos por essas áreas no desenvolvimento de práticas pedagógicas, métodos de ensino e outros temas, integrando a neurologia com a educação. 

Ao entender como o cérebro funciona, é mais fácil perceber, por exemplo, quais estímulos despertam mais a atenção dos alunos, permitindo desenvolver novos métodos de aprendizagem, mais eficazes e prazerosos.

Por meio da neuroeducação é possível:

– Traçar perfis mais alinhados com as capacidades e limitações de cada aluno, levando em conta suas características emocionais, cognitivas, comportamentais e também biológicas.

– Estruturar abordagens de intervenção educacional de acordo com o perfil cognitivo dos estudantes.

– Analisar o processo de ensino-aprendizagem e realizar um planejamento de aulas que de fato promova o desenvolvimento.

Além disso tudo, a neuroeducação permitiu aos estudiosos perceberem com maior clareza que as emoções também afetam a experiência do aprendizado. Afinal, vários estudos já demonstraram que a assimilação do conteúdo é mais efetiva quando atrelada às emoções.

Outros fatores relacionados às emoções também contribuem para um aprendizado melhor e mais duradouro, como os estímulos à novidade, à curiosidade e à criatividade.


🔎 Leia mais: Aluno protagonista: 12 passos para desenvolver esse conceito em sua escola.

A importância para as novas gerações

A neuroeducação oferece diversas ferramentas para desenvolver metodologias ativas de ensino, tão necessárias no contexto atual. 

As novas gerações já não estão mais adaptadas aos métodos tradicionais de ensino, que priorizam o aprendizado passivo da mera exposição, reprodução e repetição do conteúdo.

Além disso, o respeito à individualidade do aluno é um dos princípios sustentados pela neuroeducação, pois cada indivíduo possui suas características, preferências e ritmos de aprendizado.

Por meio do entendimento da neuroeducação é possível desenvolver aulas mais participativas, focadas na resolução de problemas, que considerem as necessidades e anseios individuais dos estudantes e explorem atividades como:

  •  Investigações
  •  Estudos de caso
  •  Gamificação
  •  Sala de aula invertida
Neuroeducação para as novas gerações | Sponte

Os princípios da neuroeducação

A neuroeducação é uma área do conhecimento relativamente nova. Porém, os estudos e pesquisas realizados até o momento permitiram formular alguns princípios fundamentais.

Emoções: o aprendizado relacionado às emoções será mais eficiente, pois está comprovado que o envolvimento emocional com o conteúdo favorece o trabalho do cérebro na assimilação de conhecimento.

A curiosidade, a criatividade e a sensação de surpresa, são alguns dos sentimentos que facilitam o processo de ensino-aprendizagem e podem ser explorados por professores e equipes pedagógicas.

Aprendizagem multissensorial: você já deve ter ouvido que algumas pessoas aprendem melhor ouvindo, outras escrevendo, outras assistindo. Isso não está totalmente errado, mas a neuroeducação parte do princípio da aprendizagem multissensorial.

O cérebro consegue aprender mais rápido e melhor quando todos os sentidos são estimulados. Por isso, atividades práticas e investigativas costumam ser muito mais atrativas e eficientes do que a simples exposição do conteúdo.

Neurônios espelho: o neurônio espelho é uma das descobertas recentes mais importantes da neurociência. Ele permite o aprendizado pela imitação, pois está ligado ao movimento e a visão.

O neurônio espelho é ativado quando se observa o modo como outras pessoas realizam uma determinada atividade, ação ou movimento. 

Plasticidade do cérebro: outra descoberta importante da neurociência foi concluir que o cérebro se adapta ao longo da vida e do desenvolvimento de uma pessoa. Ou seja, é possível desenvolver novas conexões neurais a partir de estímulos específicos.

🔎 Leia mais: Tecnologia na escola durante a alfabetização: vilã ou aliada?

Quais são os benefícios da neuroeducação para o ensino?

A neuroeducação aplicada no ambiente escolar traz vários benefícios para professores, alunos e também para a gestão da instituição de ensino. A seguir, conheça algumas das vantagens desse tipo de conhecimento:

1. Respeito à individualidade

Cada estudante traz consigo uma bagagem intelectual, emocional e cultural construída a partir da sua história, do seu repertório social e cultural e das influências dos ambientes onde se desenvolveu.

Isso faz com que cada indivíduo tenha um ritmo de aprendizado, que precisa ser respeitado para que seu processo de educação seja o mais adequado possível. 

A neuroeducação entende a individualidade do aluno como fundamental, por isso, aplicar essa metodologia contribuirá para que o aluno se sinta respeitado e acolhido pelo ambiente de ensino, já que suas características estão sendo valorizadas. Entender que cada estudante possui suas características também é fundamental para a gestão escolar. 

Contar com sistema de gestão educacional, como o Sponte, é uma ótima estratégia nesse processo. O sistema possui funcionalidades como a gestão pedagógica, que oferece funcionalidades como avaliações personalizada, gestão da documentação pedagógica, registro de faltas, notas e trabalhos escolares, entre muitas outras. 

Outra funcionalidade do sistema é a secretaria escolar, que permite a realização de matrículas e rematrículas de maneira totalmente online (se a escola assim desejar). Além disso, o sistema de gestão escolar conta com o Portal do Aluno, que facilita o contato entre a secretaria, alunos, pais e responsáveis.

2. Alunos motivados

Uma das consequências de aulas mais estimulantes é o envolvimento dos alunos, que se sentem mais motivados e, consequentemente, aprendem mais e melhor.

Estudos mostram que o sentimento de motivação está relacionado às áreas do cérebro que contribuem para o processo de ensino-aprendizagem.

Isso também contribui com a motivação dos professores, que se sentem recompensados e estimulados com o desempenho e envolvimento de suas turmas. 

3. Desenvolvimento de habilidades

Conhecer as características de cada aluno não contribui apenas para que sua experiência de ensino seja mais eficaz e prazerosa. Por meio da neuroeducação, também é possível identificar suas habilidades.

A partir dos interesses identificados em sala de aula, é possível planejar atividades que valorizem os talentos dos alunos e que contribuam da melhor forma possível para o seu desenvolvimento. 

🔎 Leia mais: A importância de desenvolver as habilidades socioemocionais dos alunos.


4.
Aulas mais interessantes

As aulas baseadas nos conceitos da neuroeducação trazem metodologias mais ativas, envolvendo atividades de investigação, aulas práticas, gamificação e outras técnicas que tornam as aulas mais interessantes.

A metodologia também serve de estímulo aos professores, que podem utilizar de mais ferramentas, recursos e possibilidades para a elaboração das aulas.

5. Retenção de alunos

Escolas que apostam em metodologias ativas costumam se diferenciar no mercado da educação. Sendo assim, investir no entendimento da neuroeducação e aplicar seu conceito no projeto político pedagógico resultará em estudantes e famílias mais satisfeitos.

Com isso, as chances de o aluno permanecer na escola são muito maiores. A reputação da instituição de ensino perante a comunidade, por conta destas novas práticas também é um grande atrativo para novas matrículas.

🔎 Leia mais: Como o seu método de avaliação pode ajudar na retenção de alunos?

Qual é a importância da neuroeducação para as escolas?

A neuroeducação representa uma verdadeira revolução no modo como se entendem e se realizam os processos de ensino-aprendizagem. Os resultados dos estudos relacionados ao tema comprovam que os métodos de ensino mais tradicionais precisam ser repensados.

A importância da neuroeducação para as escolas está ligada principalmente à valorização da individualidade. Isso significa, por exemplo, que uma mesma abordagem tem efeitos distintos, pois cada estudante tem suas características, ritmo e particularidades. Além disso, também podemos destacar: 

  • A promoção das relações interpessoais
  • O favorecimento a experimentação
  • O desenvolvimento da proatividade
  • A promoção da autoavaliação e do autoconhecimento

Como aplicar a neuroeducação no ambiente escolar?

Para aplicar a neuroeducação no ambiente escolar, é preciso que a equipe pedagógica entenda que é necessário respeitar alguns princípios e abordagens, como individualidade, avaliações de comportamento e análise do ambiente.

De modo geral, porém, algumas atividades favorecem esses preceitos, como a aplicação de conteúdos mais curtos e distribuídos em intervalos maiores de tempo, a valorização de atividades artísticas, esportivas e de recreação, assim como jogos e atividades lúdicas.

Esperamos que você tenha entendido um pouco melhor sobre esse assunto tão importante nos dias de hoje. Caso queira entender mais sobre como preparar sua escola para o futuro na educação, leia nosso eBook a seguir:

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