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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: como trabalhar os ODS na escola

5 min de leitura

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um mapa para um futuro melhor e podem fortalecer a educação na sua escola.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um mapa para um futuro melhor e podem fortalecer a educação na sua escola.


A Assembleia Geral das Nações Unidas tem um plano para 2030 que busca proteger o meio ambiente, combater a pobreza e garantir paz e prosperidade para todos. E o caminho para tentar alcançar essa meta tão ambiciosa passa pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Esses objetivos, propostos no planejamento conhecido como Agenda 2030, atravessam toda a sociedade — com um destaque especial para as escolas. Afinal, elas são peça central na jornada de nossas crianças e adolescentes, para que aprendam a construir um futuro melhor.

Sem falar que a própria aplicação dos ODS no espaço escolar pode melhorar seu ensino, potencializar as relações positivas entre os alunos e criar um ambiente muito mais acolhedor e favorável para o aprendizado.

Você conhece quais são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Sabe como trabalhar os ODS na escola? Neste artigo vamos discutir todos eles e ajudar sua instituição de ensino a aplicá-los no dia a dia educacional.

O que são os ODS e a Agenda 2030?

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas, da ONU, publicou sua Resolução 70/1, com o nome de: "Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável".

A ideia da resolução é criar um caminho para o desenvolvimento de um futuro melhor a partir das três dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e econômica. 

Isso a partir de práticas que envolvem o desenvolvimento social e econômico, combate à fome e à catástrofe climática, promoção de saúde, educação, igualdade de gênero e justiça social, disponibilização de água, saneamento, energia e urbanização, além da defesa do meio ambiente.

Essa proposta ambiciosa — cujo nome pode ser encurtado para Agenda 2030 — foi construída a partir de muita discussão pelos 193 Estados Membros da Assembleia Geral, além de integrantes da sociedade civil global. 

Esse grupo propôs 169 metas a serem alcançadas para atingir o futuro buscado pela Agenda 2030, e as dividiu em 17 pontos principais, para coordenar o trabalho. Esses pontos são  os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Em resumo, segundo o próprio site das Nações Unidas no Brasil, os 17 ODS são “objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo”.

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade”, reforça a página das Nações Unidas.

Na prática, eles guiam o trabalho das organizações das Nações Unidas no Brasil e no resto do mundo. Mas não se limitam a isso. 

Os ODS também se propõem a servir como um mapa para todos que busquem construir um futuro melhor, nos parâmetros apresentados pela Agenda 2030 — e isso envolve governos, empresas, organizações não governamentais e até escolas.

Continue sua leitura e veja quais são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:

Quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU?

Os ODS construídos por meio de negociações e discussões entre os Estados participantes das Nações Unidas, além de representantes da sociedade civil, buscam atender às três dimensões da sustentabilidade, com princípios ambientais, sociais e econômicos.

Confira cada um deles e entenda melhor as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

01 - Erradicação da pobreza

O primeiro objetivo tem a ver com a dimensão econômica da sustentabilidade, e, segundo o site das Nações Unidas, tem como foco: “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”.

Entre suas metas específicas estão erradicar a pobreza extrema, implementar medidas de proteção social, garantir acesso a serviços básicos, entre outros.

02 - Fome zero e agricultura sustentável

Segundo as Nações Unidas, este objetivo busca: “erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável ”.

Ele propõe garantir o acesso de todas as pessoas “a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano”,  acabar com todas as formas de desnutrição, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e melhorar a produtividade e renda dos pequenos produtores.

03 - Saúde e bem-estar

Aqui busca-se “garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades ”, com várias metas específicas voltadas à saúde — desde cuidados na maternidade até redução de acidentes.

Discute-se também o acesso universal à saúde e prevenção do abuso de substâncias.

04 - Educação de qualidade

Chegamos ao objetivo que envolve diretamente a escola: “garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.

O objetivo fala muito sobre o acesso à educação e outras atividades que cabem ao poder público. No entanto, entre suas metas específicas, há a proposta de “garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável”.

Segundo as Nações Unidas, isso envolve oferecer uma educação focada em “estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável”.

Essas são ações que cabem diretamente à escola e que podem fazer seu ensino ainda melhor.

🔎 Leia mais: 10 projetos inspiradores de educação para o seu ano de gestão educacional.

05 - Igualdade de gênero

Aqui, a Agenda 2030 propõe: “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”. 

Entre as metas específicas estão acabar com discriminação e violência contra mulheres e meninas, garantir sua participação efetiva na vida política, econômica e pública e dar “direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade”.

Esses princípios devem ser considerados na escola, seja nas aulas, seja na organização de lideranças.

06 - Água potável e saneamento

Neste ponto busca-se “garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos”, considerando desde a criação de sistemas de saneamento até a preservação dos ecossistemas. 

Propõem-se também uma gestão consciente dos recursos hídricos, algo que pode ser trabalhado tanto em sala de aula quanto na própria manutenção da escola.

07 - Energia limpa e acessível

A proposta aqui é “garantir o acesso a fontes de energia viáveis, sustentáveis e modernas para todos”, com destaque para fontes renováveis.

08 - Trabalho decente e crescimento econômico

A Agenda defende: “promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos”. 

Neste sentido, há várias ações a serem tomadas no âmbito governamental e empresarial — e as escolas também podem ajudar, preparando seus alunos para o mundo do trabalho e para as profissões do futuro.

🔎 Leia mais: Profissões do futuro e a função da escola.

09 - Indústria, inovação e infraestrutura

Neste objetivo, propõe-se: “construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”.

Nas metas específicas, fala-se muito sobre industrialização e infraestrutura do país, mas há também discussões sobre inovação, algo que pode ser muito incentivado em sala de aula, em projetos com os alunos.

🔎 Leia mais: O que é e como implementar a cultura maker na educação?

10 - Redução das desigualdades

A proposta neste ponto é “reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países”, considerando “inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra”.

Este é outro tópico fundamental para as escolas e deve ir além das discussões em sala de aula, espelhando-se na gestão escolar, nas atividades do dia a dia e no respeito às diferenças no ambiente educacional. Tudo para desenvolver uma verdadeira educação inclusiva.

🔎 Leia mais: Como sua escola pode ser mais diversa e inclusiva?

11 - Cidades e comunidades sustentáveis

Este objetivo busca “tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis” e envolve vários princípios da organização urbana no Brasil e no mundo. 

Na educação, é possível explorar esse assunto por meio de projetos e análises da cidade em que a escola está inserida. Os alunos podem até apresentar propostas de melhorias a serem discutidas com o poder público. 

12 - Consumo e produção responsáveis

A proposta aqui é “garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis” e diz respeito diretamente à gestão dos recursos naturais. 

Entre as metas estão a redução do desperdício de alimentos e da geração de resíduos, o manejo ambientalmente saudável de produtos químicos, a racionalização de subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis e a promoção de um consumo mais sustentável.

Este ponto também pode ser explorado na escola de maneira muito produtiva durante as aulas e por meio de projetos de sustentabilidade.

🔎 Leia mais: ESG na educação: governança, responsabilidade social e sustentabilidade na escola.

13 - Ação contra a mudança global do clima

Aqui discute-se “adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos” — algo que tem se mostrado cada vez mais urgente, frente à situação de catástrofe climática em que o mundo se encontra.

Entre metas que envolvem o poder público e as empresas, há também propostas que podem funcionar na escola, como:  “melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima”.

Nesse sentido, é importante que as aulas não tratem do cuidado com o ambiente apenas de forma individual, com o consumo consciente, por exemplo. É preciso também discutir a importância da mobilização civil na cobrança por políticas públicas e pela conscientização de empresas.

14 - Vida na água

Este objetivo fala sobre “conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”.

Ele é amplo, explorando várias metas específicas sobre o cuidado com a vida marinha e com o uso desse ambiente para nossa própria existência. Vale explorar o tema em aulas de biologia, por exemplo.

15 - Vida terrestre

A proposta deste objetivo é: “proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade”.

Este ponto também é bastante amplo, com foco na preservação da natureza e da biodiversidade. Também deve ser foco de aulas e projetos na escola, dialogando diretamente com outros objetivos vistos aqui que tratam do meio ambiente.

16 - Paz, justiça e instituições eficazes

Aqui o objetivo é: “promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis”.

As metas envolvem diretamente a ação pública e da sociedade, mas servem como um excelente ponto de partida para discutir cidadania na escola, além de promover a participação social dos alunos. 

Afinal, é importante que eles se vejam como atores ativos na sociedade, capazes de gerar mudanças e criar um mundo melhor.

17 - Parcerias e meios de implementação

Este último ponto trata de “reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”, e discute várias formas de pensar o futuro em conjunto, com uma aliança entre países, empresas e sociedade.

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Como trabalhar os ODS na escola?

Ao tratar dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, já falamos rapidamente sobre como alguns deles podem ser desenvolvidos no ambiente escolar, mas é possível ir além.

Em primeiro lugar, é preciso discutir os temas em sala de aula, explorando elementos de todos os ODS, e não apenas o que parece mais diretamente conectado ao dia a dia imediato dos alunos. 

Afinal, a educação também deve preparar os estudantes para a atuação social. O futuro está nas mãos deles, e ajudá-los a entender os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é um passo importante para desenvolver isso.

🔎 Leia mais: Como ensinar conceitos de sustentabilidade em sua escola.

Outros pontos estão na promoção de atividades e projetos na escola e na comunidade.

Atividades como o empreendedorismo social na escola, por exemplo, são uma ótima opção para desenvolver a sustentabilidade no ambiente educacional. Ele permite que os alunos atuem para ajudar a sociedade e resolver problemas, de forma conectada aos 17 ODS.

Outras boas práticas podem ser desenvolvidas no estímulo a atividades extracurriculares, e até no combater ao bullying. O mesmo vale para atividades como:

  • Criação e cuidado de horta escolar
  • Compostagem de resíduos orgânicos
  • Plantio de árvores
  • Coleta de material reciclável
  • Projetos que incentivem o senso de coletividade

Desenvolver eventos focados na sustentabilidade e nos 17 ODS também pode ser uma boa ideia. Além de fortalecer o tema na escola, esse tipo de atividade leva a sustentabilidade para a comunidade como um todo.

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Mestra em Letras: Linguagem, Cultura e Sociedade, com ênfase em Literatura, Sociedade e Interartes pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Especialista em Comunicação e Marketing, Liderança e Gestão de Pessoas e em Recursos Humanos. Licenciada em Letras - Português e Inglês e em Pedagogia. Possui experiência na área de educação nos seguintes níveis: Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Ensino Técnico e Ensino Superior. Também já atuou no mercado editorial e como autora de materiais didáticos da área de linguagens. Atualmente, é líder do setor de marketing da Sponte, vertical de Educação da Linx, empresa do grupo Stone Co.

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