Entre os impactos da inteligência artificial na educação estão vantagens de inclusão e personalização, assim como riscos de dependência excessiva e problemas de desenvolvimento.
A aplicação da inteligência artificial na educação tem crescido de forma acelerada, como parte de um movimento potencializado pelo avanço no desenvolvimento das ferramentas de IA nos últimos anos.
Cada vez mais professores, gestores e alunos estão usando a inteligência artificial na formação escolar. Assim, podemos avaliar o que as escolas que usam IA já estão sentindo no seu dia a dia educacional.
Conhecer esses impactos da inteligência artificial na educação é fundamental para aplicar a nova tecnologia com responsabilidade e bons resultados.
Afinal, podemos ver que a IA tem um enorme potencial positivo — mas também apresenta riscos que podem prejudicar o próprio desenvolvimento estudantil.
Não há dúvida: se usada de forma responsável, inteligente e comedida, a inteligência artificial pode ser uma aliada na sua escola. Muitas instituições já estão aproveitando o potencial do uso de IA na educação, com vantagens como:
Uma das principais tendências do uso de IA na educação é a personalização do aprendizado.
Por meio de uma análise de dados otimizada por inteligência artificial, é possível identificar rapidamente as principais dificuldades de cada estudante e direcionar as lições para superar esses desafios.
Isso não significa substituir o ensino tradicional, e sim ampliá-lo, atendendo necessidades específicas de seus estudantes e formando alunos cada vez mais preparados para o mundo.
Com a tecnologia, também já é possível transformar seu currículo escolar, considerando uma adaptação mais personalizada para as demandas dos alunos.
A partir da personalização disponibilizada pela IA, muitas escolas já estão oferecendo conteúdos de reforço feitos especificamente para suprir as demandas apresentadas por cada estudante.
Nesse sentido, um aluno com dificuldades em uma disciplina específica pode receber uma tutoria inteligente, otimizada com IA, que atenda exatamente essa limitação.
Da mesma forma, é possível desenvolver tutorias inteligentes focadas em temas que sejam do interesse do aluno. Assim, ele tem liberdade de desenvolver ainda mais as habilidades de que gosta e que podem servir no caminho profissional — ou pessoal — que ele gostaria de seguir.
🔎 Leia mais: Como a inteligência artificial na educação contribui para o ensino e aprendizagem.
Um dos maiores impactos da inteligência artificial na educação é o aumento da acessibilidade, graças a ferramentas de inclusão, como softwares de reconhecimento de fala e tradução automática.
Segundo o artigo Os impactos da inteligência artificial na sala de aula, divulgado na Revista Foco, essas ferramentas “têm se mostrado fundamentais para melhorar a acessibilidade, permitindo que todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, linguísticas ou cognitivas, tenham as mesmas oportunidades de aprendizado”.
O artigo acrescenta que “essas tecnologias ajudam a criar um ambiente educacional mais equitativo e inclusivo, onde o sucesso acadêmico não é limitado por barreiras externas”.
🔎 Leia mais: Saiba como gestores e diretores podem acolher alunos neurodivergentes e promover inclusão com apoio da educação socioemocional.
O processo de avaliação ainda é um dos maiores desafios da escola. Afinal, muitas vezes é difícil aplicar um modelo avaliativo que seja capaz de medir as habilidades dos alunos, ao mesmo tempo em que os ajude a evoluir.
A IA não tem uma resposta definitiva para essa questão e não vai resolver todos os desafios avaliativos de sua escola. Mas ela pode ajudar a chegar lá, com ferramentas otimizadas e personalizadas, para criar avaliações cada vez mais efetivas.
Ao mesmo tempo, ela ajuda na devolutiva aos alunos, com funcionalidades de feedback imediato e personalizado. Afinal, ser capaz de transmitir um bom feedback para os alunos é fundamental para que eles cresçam a partir do resultado de suas avaliações.
🔎 Leia mais: Tudo sobre avaliação escolar: melhores práticas no processo avaliativo, objetivos e análise de resultados.
Ferramentas de IA permitem desenvolver diferentes ambientes de aprendizado interativos e imersivos, por meio dos quais o estudante pode explorar o aprendizado de maneira muito mais interessante, sem deixar a segurança da sala de aula.
Um programa avançado de simulação permite, por exemplo, que o aluno interaja com reações químicas sem correr riscos, ou entenda a anatomia humana ou animal de forma aprofundada sem ter de lidar com corpos reais.
🔎 Leia mais: Inteligência artificial na educação: dicas para aplicar ferramentas de IA na rotina pedagógica da sua escola.
As tecnologias de IA generativa já estão revolucionando a forma de realizar pesquisas, com o potencial de fazer perguntas e obter respostas diretas, personalizadas e com fontes.
É claro: esse processo de pesquisa é arriscado e deve ser usado de forma responsável, com comparação de informações e cuidado para não se tornar uma séria dependência (vamos falar mais sobre esses riscos abaixo).
🔎 Leia mais: Como será o futuro da educação com a inteligência artificial nas escolas?
Nosso mundo está passando por uma verdadeira revolução tecnológica, e seus alunos precisam de competências adequadas para lidar com a realidade que vão enfrentar no mercado de trabalho e na vida pessoal.
Isso envolve, claro, a alfabetização digital adequada às novas ferramentas, mas não se limita a isso. Entre as competências essenciais também podemos apontar o pensamento crítico e criativo, a habilidade de resolução de problemas e a capacidade de confirmar a veracidade das informações.
Todo esse aprendizado pode ser potencializado pela aplicação da inteligência artificial na formação escolar — se ela for usada de maneira correta.
🔎 Leia mais: Quais são as competências socioemocionais importantes para desenvolver na escola?
Os impactos da inteligência artificial na educação não se limitam ao ensino/aprendizagem. Essa tecnologia também pode ajudar a atrair novas matrículas e fidelizar seus estudantes, com ferramentas como:
🔎 Leia mais: Como usar a inteligência artificial na educação para captação e retenção de alunos?
Junto das possibilidades que a tecnologia de IA oferece para a educação, há riscos sérios e desafios problemáticos, que já estão sendo sentidos em escolas no mundo todo. Entre os principais, podemos apontar:
Ao falar do potencial do uso de IA na educação, apontamos como as ferramentas podem ajudar a desenvolver competências importantes — mas, ao mesmo tempo, a tecnologia pode prejudicar esse mesmo desenvolvimento.
Um aluno que usa exclusivamente a IA generativa para pesquisas, por exemplo, não desenvolve adequadamente seu pensamento crítico, resolução de problemas ou criatividade. De fato, como mostrado por um estudo da Microsoft, a IA pode tornar a mente humana “atrofiada e despreparada”.
Nesse sentido, um excesso de inteligência artificial na educação leva a uma aprendizagem mecânica e superficial.
A dependência da IA já é uma realidade. Converse com seus alunos e pergunte quais deles usam chatbots para muitas atividades de seu dia a dia, desde pesquisas até “bate papos”, e se sentiriam perdidos sem a ferramenta. O número pode te surpreender.
Como já vimos, essa dependência atrofia as habilidades dos alunos. Além disso, ela faz com que eles sejam quase incapazes de operar se não tiverem a tecnologia em mãos.
A dependência técnica é apenas um dos “vícios” alimentados pela IA. Usuários de inteligência artificial no mundo todo já estão desenvolvendo também uma dependência emocional com a ferramenta.
Para muitos, ela tem substituído relações humanas genuínas, tomando o lugar de amigos, família e até relacionamentos amorosos. E o impacto disso já vem sendo devastador entre adultos — e crianças e adolescentes, que hoje têm acesso a essa tecnologia durante sua formação, tendem a sofrer ainda mais.
Em uma visita a redes sociais, já podemos ver exemplos do que usuários chamam de “Psicose de IA”.
O termo não é formal, mas descreve um padrão real e “bastante preocupante de chatbots que reforçam delírios que tendem a ser messiânicos, grandiosos, religiosos ou românticos”, conforme afirmou ao The Washington Post a professora assistente clínica adjunta de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Stanford, Ashleigh Golden.
Voltando mais diretamente aos impactos da inteligência artificial na educação, é preciso falar da “substituição” de professores, tutores, pedagogos e outros humanos no processo educacional.
Com a IA generativa, há um risco sério de que a tecnologia comece a ser usada como o principal ponto de referência na aprendizagem, e isso abre o caminho para sérios riscos para o processo educacional — desde a dependência até a absorção de informações falsas e perigosas.
Por isso, é importante destacar: a IA pode ser usada na educação, mas sempre precisa de acompanhamento humano, com profissionais capacitados.
Ao mesmo tempo em que o uso da IA na educação pode oferecer inclusão, graças a ferramentas de acessibilidade, essa mesma inclusão pode ser prejudicada pela tecnologia.
Alunos que não têm acesso direto às ferramentas, ou que não foram capacitadas adequadamente para usá-las, podem acabar enfrentando uma barreira enorme no aprendizado.
🔎 Leia mais: O que é educação inclusiva e qual a sua importância para as escolas?
A mesma barreira da IA pode estar presente para professores. Sem a capacitação adequada, eles terão dificuldade para ensinar seus alunos e prepará-los para usar a inteligência artificial de maneira efetiva, responsável e segura.
🔎 Leia mais: 6 maneiras de motivar a formação continuada de professores na sua escola.
Outro problema que as escolas já estão enfrentando é o plágio. Alunos do mundo todo têm usado chatbots não apenas para pesquisa, mas também para produzirem os trabalhos completos.
Isso prejudica diretamente a avaliação e o aprendizado, e as escolas devem desenvolver estratégias para contornar o problema.
IAs generativas são desenvolvidas a partir de bancos de dados da internet, que são coletados por algoritmos desenvolvidos pelas empresas responsáveis.
E isso também representa um risco, afinal, as respostas estarão sujeitas aos vieses presentes nas informações coletadas — ou no próprio algoritmo programado pelas empresas.
Isso pode resultar na reprodução de preconceitos, discriminação, visões de mundo parciais, entre outros.
As ferramentas de IA não são infalíveis. Ao coletar informações da internet, elas podem oferecer respostas com incoerências, meias-verdades e até falsidades.
Neste mundo de fake news cada vez mais presentes no nosso dia a dia, esse problema vai além do aprendizado, colocando em risco o próprio tecido social em que a gente vive.
Crianças, adolescentes e até adultos que usam IA acabam compartilhando informações pessoais, sem pensar duas vezes no problema.
As conversas com a ferramenta podem vazar acidentalmente ou ser acessadas pela própria ferramenta, colocando em risco esses dados sensíveis.
Usar a inteligência artificial na educação não é bom ou ruim por si só. Como vimos, ela é uma ferramenta que pode revolucionar a educação de maneira muito positiva. Mas, ao mesmo tempo, ela apresenta riscos que devem ser analisados de maneira muito séria.
Então, é preciso capacitar seus educadores, orientar os alunos e tomar muito cuidado para não gerar uma dependência a respeito das ferramentas.
No texto abaixo, apresentamos várias atitudes que sua escola pode tomar para lidar com esses desafios. Confira:
🔎 Como usar a inteligência artificial na educação de maneira responsável.
E lembre-se: a IA não é a única tecnologia disponível para a escola. Se você quer otimizar sua gestão escolar, aumentar a eficiência da equipe e organizar o trabalho pedagógico, você pode contar com um sistema como o Sponte. Acesse nosso site e confira: